segunda-feira, 30 de março de 2009

Dunga, o campeão injustiçado


Criticar a seleção brasileira virou rotina de inexperientes jornalistas esportivos. Ter a ilusão de que a equipe deve mostrar um futebol arte, toda vez que se apresenta é mostrar um grave desconhecimento futebolístico. Vamos começar pelo técnico Dunga. Depois de um vexame na Copa do Mundo de 2006, com o técnico Parreira, quando o Brasil foi eliminado nas quartas de final pela França, a seleção voltou com a imagem de não ter lutado. Aposentou jogadores da “amarelinha”, como Roberto Carlos, Dida, Ronaldo e o próprio treinador Parreira. Para mudar a imagem de uma seleção que não demonstrava mais amor à camisa, a CBF buscou alguém conhecido mundialmente por personificar o patriotismo. Ninguém melhor que o guerreiro Dunga. Um comandante gaúcho, que era capaz de dar a vida para fazer funcionar o esquema tático. A voz do técnico dentro de campo e a raça de todo povo brasileiro era representado na camisa 8. Dunga tem no sangue a superação dos Farrapos e mesmo condenado sob “a era Dunga de 1990”, o capitão voltou e levantou a taça em 1994, com uma equipe desacreditada pela própria imprensa, que não para de bater. Portanto, Dunga foi escolhido com a missão introdutória de resgatar o sentimento de paixão em cada atleta. E conseguiu com um sucesso que só será reconhecido com a conquista do hepta.
Quando o nome de Dunga foi anunciado como o novo técnico da seleção pentacampeã, antes mesmo da coletiva Dunga já tinha sido crucificado. Torcedores e jornalistas não conseguiam (e ainda não conseguem) compreender a importância de fechar um grupo com 23 jogadores focados em um só objetivo. A justificativa mortal; Dunga nunca foi treinador. Será difícil tirar esse argumento viciante da mente dos formadores de opinião. É tão fácil puxar o gatilho e metralhar. O que a imprensa parece não querer entender é que a missão de trazer um técnico experiente para comandar a seleção é uma tática antiga e que não vinha dando certo. Foi assim com os fracassos de Luxemburgo, Leão, Lazaroni entre outros. O problema não estava no futebol e sim na raiz. A motivação, o amor e o orgulho de vestir a “amarelinha” eram a raiz da questão. Dunga veio com esse objetivo. E com uma equipe unida e disciplinada taticamente, Dunga mostrou que além de unificar o sentimentalismo, conhece muito bem o futebol. Pois, em sua primeira competição oficial como treinador do Brasil, Dunga foi campeão. A Copa América é aguerrida, é valorizada pelos “hermanos” que veem o campeonato como a única oportunidade de um grande título, visto que não conseguem chegar muito longe em uma Copa do Mundo. O Brasil ganhou e até encantou, pois aqui a vitória não basta é preciso encantar. Uma espécie de ignorância cultural. Atropelamos a Argentina e reerguemos a confiança. A primeira batalha de Dunga estava alcançada. Mas a visão da seleção de Dunga persistia como uma miragem futebolística. A realidade permanece ofuscada e o apoio chega a ser irônico. Bendito seja a coragem do povo gaúcho em dar uma aula de recepção, e mostrar que um guerreiro conterrâneo nunca estará sozinho.
O futebol mudou e quem pensa que empatar com o Equador na altitude de Guyaquil é um péssimo resultado ou até mesmo um vexame, não tem uma cultura climática natural. Nas últimas duas eliminatórias o Brasil perdeu para os equatorianos e domingo (29/03) a equipe ganhava até os 44 minutos do segundo tempo. Um mero conhecedor de futebol deve saber que as Eliminatórias para a Copa possui um grau de dificuldade maior do que qualquer outra competição. Joga-se contra um país inteiro, as forças multiplicam-se e o estádio é um quartel inimigo com a pressão de milhares de torcedores. Os restantes dos campeonatos são centralizados em um único país, onde o que realmente prevalece é o futebol. Parreira e Felipão, responsáveis pelas conquistas das últimas copas tiveram grandes dificuldade nas eliminatórias. A classificação veio no detalhe. Dunga está mantendo o Brasil entre os dois primeiros de forma constante. Mas não é reconhecido. A seleção de Dunga venceu a atual campeã Itália com um futebol moderno e apoio surpresa dos volantes. Uma aula tática de Dunga reconhecida no mundo inteiro. Mas por que aqui no Brasil, ao invés dos jornalistas e torcedores reconhecerem essa surpresa tática de Dunga, todos ficam criticando o fraco apoio dos laterais Maicon (Daniel Alves) e Marcelo. Em minha concepção, a ausência de conhecimento é a única explicação. Se os volantes Elano e Felipe Mello avançam, obviamente os laterais possuem a obrigação de ficarem na defesa para conter um possível contra ataque. O Brasil não apresentou um excelente futebol contra o Equador, muito menos contra a Bolívia. Mas esquecer as exibições contra a Argentina, Itália e Portugal é fazer uma grave injustiça com o comandante da mais nova geração vitoriosa.

3 comentários:

  1. que faça slides show motivacionais ao time e vire um relações humanas, mas não o técnico!

    Maradona nunca treinou nenhum time e meteu 4x0 na última rodada.

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  2. Maradona já treinou o Boca.

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